After many years, in 2023 I’ve decided to watch the NBA playoffs again. But to be very honest, I wasn’t exactly aware they’d already begun, so the first game I watched this year was the 112-100 Phoenix Suns victory over LA Clippers at the Crypto.com Arena.

It was a great game (as any playoffs game usually is), and towards the end of the 4th quarter, the Brazilian Amazon Prime narrators were talking about LA Lakers, who also happened to be at the playoffs and also host their games at Crypto.com. This called my attention and made me wonder about the very well coordinated work that must happen to allow for fast floor setup; after all, these teams play every other day and — I didn’t know —, still have to share the floor with the LA Kings hockey team.

Because of having worked many years with the lean manufacturing principles, I wondered about the standard work behind the scenes. And as I’m eternally curious about everything, I decided to do some quick research. Luckily for me, I found this piece of LA Times news published last April 19th — from where I’ve shamelessly stolen the title of this very same post you’re now reading —, where reporters Brian van der Brug and Kelvin Kuo had coincidentally raised the same floor change question, after a Clippers versus Blazers match.

The first thing I learned was that behind the floor changes there’s a group of up to 60 Crypto.com Arena workers who turn the Clippers court into the Kings’ ice and back again to the Lakers wood boards when needed. The second thing I learned is that this change process can take up to 2 hours of work. That’s one amazing feat.

The LA Times reporters captured everything and created a 2 minute time lapse video, in which all the action, very disciplined, choreographed and standardized, was captured. Take a look:

A Basketball to Hockey convertion

Finding out that the ice is always below the basketball court’s floor, protected by rubbers panels blew my mind. Also, the slight differences between setup times for basketball to hockey and basketball to basketball matches — 120 minutes from wood to ice, when 112 plexiglass panels are also setup around the playfield, and 90 minutes when the work is to change the 266 Clippers’ wood panels for the 232 Lakers’ panels or vice-versa —, are also impressive, given the magnitude of what has to happen and the tight time window they have to work with, not to impact the arrival of the teams, their practicing before the games and also the reception and entrance of the teams’ supporters.

I’ve also found an older YouTube video, from 2017, where the basketball court conversion is performed. On it, Ed Flewelen, the then Operations Manager for the then Staples Center, says he’d been doing this setup work since September 1999, and that from that moment on he and the team, 45 people on average, never missed a deadline. According to him, on average, 15 to 17 basketball to basketball conversions are made every season, and they got to perform conversions in only about 60 minutes!

The Clippers’ court is dismantled…
…and gives place to the Lakers’ one.

He also mentioned on the video the admiration and respect other Arenas have for the work they perform, and how they receive personnel interested in training and benchmarking, what, for me, besides all the recorded footage, only contributes to confirm the work of excellence these people do.

According to his LinkedIn, Flewelen left on May, 2018 to work at the USC Galen Center, after 18 years and 9 months of dutiful services, which went on with the other guys: the LA Times report and video were made to mark the milestone of 250 conversions made by the team.

Um pensamento lhe ocorreu.

— Então o que acontece quando morremos?

Jiang ergueu a sobrancelha.

— Acho que você mesma pode responder isso.

Ela refletiu por um instante.

— Voltamos ao mundo espiritual. Nós… deixamos a ilusão. Despertamos.

Ele assentiu.

— Não morremos, apenas voltamos ao nada. Dissolvemos. Perdemos o ego. De apenas uma coisa, passamos a ser todas as coisas.

— R.F. Kuang, em “A guerra da Papoula”.

Havia uma história sobre uma águia e um lagarto de cauda azul, na qual a águia, atacando o lagarto, mergulha e arranca sua cauda.

O lagarto, ferido e em busca de vingança, The wounded skink, in vengeance, escala até onde está o ninho da águia e devora vários dos ovos que ali estão, pensando, “Estes ovos têm a quantidade exata de carne para me fazer crescer uma cauda nova”.

E assim, águia e lagarto continuam. Ela, mergulhando em seu ataque, para arrancar uma nova cauda do lagarto, o lagarto escalando ao ninho para comer mais ovos, repetidas e repetidas vezes, nenhum dos dois adversários realmente chegando a ser vencido, pois sempre haveria “carne suficiente na cauda para fazer mais ovos, e carne suficiente nos ovos para fazer crescer uma nova cauda azul.

Eis, então, a futilidade — e o círculo, sem fim e vicioso — que se encerra no ato da vingança.


Adaptado por mim a partir de trecho do livro “Why fish don’t exist”, de Lulu Miller. Imagem do post, “Blue-tailed Skink“, de Matthew Baldwin, originalmente publicada no Flickr.

Eu sou assim: me digam onde está acontecendo uma daquelas folias de Carnaval, que eu vou imediatamente começar a rumar na direção contrária. Não gosto, nem nunca gostei de muvuca. Então é natural que na hora em que as pessoas pegam o caminho do salão de festas, eu fique na minha.

Que eu me lembre, mesmo quando criança, nunca consegui ver a graça do Carnaval. Eu cheguei a ir a algumas matinês, levado ao clube pelos meus pais — lembro até mesmo de uma fantasia do Homem Aranha que usei. Mas ficar no salão ouvindo marchinha e jogando confete e serpentina pra cima simplesmente não me despertava a emoção que tanta gente parece sentir.

Não me leve à mal, Carnaval. Não é você, provavelmente sou eu mesmo.

Pegar fila em estrada lotada, onde o trânsito para? Enfrentar falta d’água, falta de energia, fila do pão, fila do mercado, crise pra estacionar? Hmmm, não. Eu passo, muito obrigado.

Ficar assistindo desfile pela televisão? Escola de samba após escola de samba? Samba enredo um depois do outro? Ouvir comentarista de desfile? Hmmm, não. Eu passo, muito obrigado.

Para mim há apenas um aspecto bom do Carnaval: já que o país inteiro para por cinco dias inteiros — considerando a quarta-feira de cinzas, e eu paro junto, aproveito a folga do Carnaval.

Nessa folga, faço tudo o que tenho direito, pinto e bordo do meu jeito.

Eu aproveito para recarregar minhas baterias, então durmo bastante. Aproveito para colocar meu consumo literário em dia — entre a sexta-feira passada e hoje, quando estou escrevendo esse texto, por exemplo, consegui terminar de ler dois livros inteiros no Kindle. E continuei um terceiro.

Aproveito para maratonar minhas séries. As do momento são The Last of Us e Spy x Family. Vários episódios assistidos e tempo de tela muito melhor aproveitado por nós aqui em casa do que se estivéssemos “olhando a Beija Flor aí, gente”!

Aproveito para pensar. Me organizar. Me renovar. Aproveito cada minuto a meu favor, da melhor maneira possível. E se você é da bagunça, da folia, da farra… do Carnaval no sentido mais popular e convencional, está tudo bem. Porque se há uma coisa verdadeira sobre essa festa popular é que ela é democrática pra caramba, então tem para todos os gostos.

Aproveita daí, que eu aproveito daqui 😊

Eu adoro bons infográficos. E através deste post no Mastodon eu descobri um muito interessante, criado por Max Rosen, do Our World in Data.

A ideia de Rosen foi colocar em perspectiva toda a humanidade, passada e atual, representada como grãos de areia de uma ampulheta. Através dos cálculos de dois demógrafos que estimam que a humanidade começou há cerca de 200 mil anos, foi possível estimar que cerca de 109 bilhões de pessoas já viveram — e morreram por aqui. Somadas aos 7,5 bilhões de nós que estamos aqui agora, são cerca de 117 bilhões de humanos. Ou seja, somos apenas 6,8% de todos os humanos que já estiveram por aqui.

O infográfico que vi na verdade aparece publicado por Max no artigo Longtermism: The future is vast – what does this mean for our own life?, que traz estes e outros dados, inclusive sobre o futuro da humanidade que, se bem pensado, pode tanto ser aqui mesmo na Terra — desde que contornadas condições críticas para a sobrevivência de nossas gerações futuras, como evitar guerras nucleares e pandemias — como também em outros planetas.

Seja qual for o cenário, a partir da leitura do artigo, é possível perceber que estamos no começo da história da humanidade: consideradas estimativas que Max detalha em seu texto, há ainda cerca de 800 mil anos garantidos de existência para a humanidade na Terra enquanto espécie mamífera, tempo suficiente para que 100 trilhões de pessoas nasçam, vivam e morram.

Mas como não somos qualquer mamífero, e sim mamíferos que geraram o conhecimento tanto para nos destruir com uma bomba nuclear ou uma pandemia criada em laboratório, quanto para nos proteger de meteoros similares aos que extinguiram os dinossauros, então pode ser que vivamos pelo tempo em que a Terra deve permanecer habitável, aproximadamente um bilhão de anos — nos dando tempo de fazerem nascer 125 quadrilhões de bebês humanos, sendo cada quadrilhão o número 1 seguido de 15 zeros!

E se desbravarmos o universo como em Star Trek, e ficarmos apenas próximos do nosso Sol, que deve ficar por aí ainda mais uns 5 bilhões de anos, enquanto vivermos em outro maneira, podemos chegar, no fim, a uma espécie que terá gerado 625 quadrilhões de indivíduos.

Realmente, é ainda o amanhecer da humanidade.

Sobre notetaking, uma reflexão interessante feita pelo Mark McElroy via Mastodon:

I used to have this elaborate system of tagging #FleetingNotes and #EvergreenNotes and #LiteratureNotes …

Now, I just have notes (my words, with a link back to what inspired them as appropriate) and quotes (someone else’s words, formatted and attributed clearly).

The only other level I need, at present, is what I’m calling “arguments.” #Dramatica theory claims every work of art is an argument; I’m seeing every hypothesis as an argument with ideas that reinforce or subvert it.

Não sei a respeito dessa Dramatica theory a que ele se refere, mas com respeito a todo o restante, depois de muito refletir sobre meu próprio processo de notetaking, já havia chegado há algum tempo à conclusão de que essa história de fleeting notesevergreen notes e outros nomes são alegorias.

Não digo que não tenha seu valor em certos círculos e aplicações, mas num contexto mais pessoal, tudo o que “classificar as notas” me fez experimentar foram ansiedade e atrito. Por isso, atualmente, tal como o Mark, opto por anotar com minhas palavras e manter referências para voltar onde eu encontrei inspiração — ou cito alguém com as devidas referências.

Porque no fim quero que as notas que tomo sejam conversas do meu eu futuro com meu eu passado. Me trazendo ideias e lembranças, seja para produzir algo publicável, o que não é necessariamente minha prioridade, seja para reflexão e organização de pensamentos. Não existe um método matador para tomar notas. No meu caso, Zettelkasten de lado, vou vivendo desse misto de anotações, mais formando um commonplace book do que qualquer outra coisa.

E está tudo bem desse jeito. Do meu jeito. Do seu jeito.

Stuart Frisby gerou um ótima thread no Mastodon ontem, quando afirmou que “os calendários que usamos no trabalho deveriam assumir que as pessoas estão ocupadas o dia todo e que só estão disponíveis para reuniões em slots especificamente indicados por elas”.

Para ele, a premissa de agenda vazia é horário disponível contribui para um estado permanente de distração das pessoas, que são arrastadas para reuniões que parecem trabalho mas normalmente não são — busywork, ahem.

Há várias coisas que penso em relação a reuniões demais que batem com o racional do Stuart. Então depois de acompanhar a discussão, ponderei algumas delas:

Primeiro, um canvas vazio (que deveria ser nossa agenda), acompanhado de um botão “criar reunião” não espelha em nada a nossa realidade. Aliás, quando computadores não existiam ainda era normal as pessoas marcarem seus compromissos nas respectivas agendas particulares, de papel. Ninguém ficava olhando os slots dos outros e todos assumiam que no momento em que não estava em reunião, era porque uma pessoa estava ocupada trabalhando.

Um design thinking bem pensado para um app revolucionário de calendário devia começar com todos os dias ocupados por inteiro, exceto onde fosse explicitamente indicado pelas pessoas que estão disponíveis para se reunir. Esse app poderia também indicar o que será gravado, não requerendo que a pessoa esteja na reunião naquele instante — e principalmente, ajudar a preservar os bloqueios sagrados, dentre os quais o mais sagrado é o horário da refeição, o seu direito de parar pra almoçar.

As agendas deveriam ser bloqueadas por padrão porque se estou sendo pago — recebendo salário para trabalhar durante o expediente — deveria ser óbvio que estou ocupado com algo, e não apenas esperando até alguém querer marcar reunião comigo.

Reservar horas de foco no seu calendário, como permite o Microsoft Viva, que está em uso na empresa onde trabalho, por exemplo, é uma abordagem super válida e que ajuda muito no progresso das atividades. Por outro lado, se agendar horas de foco para “trabalhar” é necessário, então concordo que há algo de errado. Chega a ser até mesmo paradoxal — eu e amigos no trabalho consumávamos dizer: “se estamos o dia todo em reunião, que horas então sobram pra fazer o trabalho que se acerta que de mãe ser feito durante as reuniões?

Outras duas questões interessantes me vem à mente em relação a agendas bloqueadas por padrão.

Primeiro, não há nada de errado em assumir que qualquer pessoa que esteja em horário de expediente esteja trabalhando em alguma coisa relevante para a empresa. Assim seu tempo está “reservado“ ou “bloqueado“ para foco em atividades que a pessoa foi remunerada para fazer, e interromper esses focos precisaria ser negociável. Afinal, agenda vazia não é sinônimo de não se estar fazendo nada — embora, infelizmente, eu tenha conhecido muita gente ao longo da minha carreira que se orgulhava de agendas lotadas como “sinônimo de importância relativa”.

A segunda questão se refere a um princípio para agenda das pessoas que seria similar ao que se faz em segurança da informação. Todos os acessos são bloqueados por definição, e liberados somente mediante negociação e aprovação. Uma agenda bloqueada, então, somente teria espaço para reunião conforme liberação, negociação e acordo.

Derek Sivers é um americano que começou sua carreira como músico, foi palhaço de circo e se tornou empresário e palestrante do TED Talks. Também é autor de livros e de muitos textos interessantes, publicados em seu site pessoal.

Na semana passada, Derek publicou um texto em que disse que não gostaria de ter que debater com ninguém mas que, se isso acontecer, preferiria perder o debate. Pode parecer uma declaração muito estranha mas, do ponto de vista de alguém como eu, que adota o conceito de lifelong learning, “perder um debate” é uma situação favorável ao aprendizado de algo novo: talvez uma perspectiva, uma forma de pensar que nunca tenha me passado pela cabeça.

Além de livros, filmes, documentários e outras fontes convencionais de aprendizado, conversar com pessoas novas e com pontos de vista diferentes do seu representa uma das melhores maneiras de aprender. Conversar com gente nova nos introduz a mindsets diferentes, a processos de pensamento diferentes do nosso. E como diz Derek, achar que as pessoas são estúpidas (por não terem o mesmo ponto de vista que o seu) não é pensarpensar é entender pontos de vista diferentes dos nossos e aprender com o processo.

Ao invés de convencer alguém do seu ponto de vista, deixe-se convencer do ponto de vista dos outros. É enriquecedor. E se ao conversar com alguém você não souber como convidar essa pessoa para expor seu jeito de pensar para que você possa aprender, então ative a curiosidade, tal qual uma criança faria. Comece sua conversa com “estou curioso“, ou variações da frase.

Por exemplo:

— Então, o que você está me dizendo é que os celulares que funcionam com o sistema Android estão melhores do que aqueles que funcionam com o sistema da Apple? Agora fiquei curioso pra saber o que pode ter provocado essa melhoria.

Ou então:

— É sério que você investe em criptomoedas? Eu tenho muito receio disso, porque me parece algo relativamente inseguro. Mas, se puder me explicar, estou curioso pra entender o que te levou a fazer isso.

O que acontece quando a gente está em uma conversa e diz “estou curioso” é que preparamos o terreno para que o nosso interlocutor brilhe. Eu não estou interrogando ninguém, não existe resposta certa, nem resposta errada. Ao ser curioso, estou genuinamente só querendo aprender.

Então, ponha a curiosidade a seu serviço. Ao se ver debatendo com alguém, busque aprender, perca uns debates. Vai ser ótimo.