Eu quero um robô!

Artigo publicado em 20/10/2005 para a rádio Antena 1.

A tecnologia evolui cada vez mais rápido, nestes nossos dias. Aquilo que era considerado “moderno” há 1 ou 2 anos atrás, se mencionado hoje, pode fazer até mesmo com que uma pessoa pareça antiquada. Mas em uma era em que DVD’s, televisão digital, iPod’s, celulares e toda sorte de dispositivos modernos inundam as casas dos consumidores, uma coisa é certa: Há tarefas que continuamos fazendo tal como faziam nossos pais.

Lavar roupa? Lavar louça? Tirar o lixo ou colocar o gato pra fora de casa, tal como no desenho dos Flintstones, continuam sendo coisas que fazemos como há anos atrás. As mudanças existiram, mas o fato é que muito do trabalho pesado continua em nossas mãos. Por quê não dizer que o que todos nós queríamos era que uma verdadeira Rosie Robot, como a dos Jetsons, assumisse essas tarefas por nós, nos deixando às voltas apenas com nossos home theathers, vídeo-games e tudo mais?

Sim, um robô. Desde 1965, quando uma máquina assim assumiu a produção industrial da General Motors americana, eles já realizam por nós as tarefas desinteressantes e perigosas nas grandes indústrias. É assim também quando se precisa testar algo no espaço, ou explorar um planeta como Marte. São robôs. O mais natural é que o pensamento de 57% dos entrevistados para um relatório gerado recentemente pela CEA - Consumer Electronics Association -, chamado “5 Technologies to Watch” se torne real: Eu quero um robô pra mim, e quero em no máximo 10 anos!

Que tal um robô-esfregão? Colocar um desses no meio da cozinha significa deixá-lo usar um líquido e escovas de limpeza giratórias com seus braços-miniatura, para que ele possa limpar os topos dos armários e eletrodomésticos. Enquanto seca, também pode servir como cão-de-guarda, encerando o chão e deixando-o brilhar.

E um robô para pequenas missões domésticas? Com um pequeno braço robótico, ele poderia começar o dia pegando a roupa dos quartos, separando por cor, e jogando tudo na máquina de lavar. Em seguida, poderia transportar tudo para a máquina de lavar, o mesmo que faria com a louça, esperando que a lavadora concluísse o serviço. Quando tudo isso fosse, feito? Aí sobrariam as tarefas mais cotidianas: Jogar o lixo fora e colocar de volta no lugar qualquer coisa que estivesse jogada por aí.

Essas são ainda idéias e conceitos. O que temos de mais real é a unidade ERS-7M2 da Sony, mais conhecida como AIBO. Produzido para ser uma alternativa robótica a um animal de estimação, o andróide canino pode brincar com seu osso plástico, jogar futebol com sua bola própria, além de sentar, rolar, deitar e se auto-carregar. Sendo capaz de reconhecer três donos diferentes, suas conexões sem fio IEEE 802.11b ao custo de 2 mil dólares substituem um animal de estimação real com perfeição. O que é muito chato, diga-se de passagem. Nada substitui um cachorro ou gato reais. Ainda assim, AIBO é, por este valor, o único cão do mundo que também é uma central de entretenimento: Toca MP3, CD, WAV, filmes e também pode puxar mensagens de e-mail, entre outras tarefas.

Mas enquanto Rosie Robots ou similares não são empacotadas à vácuo e colocadas nas prateleiras dos supermercados, resta deixar estes muitos conceitos que podem se tornar reais nas cabeças dos inventores. Não há andróides como Sonny, o simpático personagem do filme “Eu, Robô” (2004), estrelado por Will Smith, andando por aí, é verdade. Mas estamos em algum lugar entre essa realidade e as máquinas do passado.